17/12/2009

A depressão...

A depressão come o bolo pelas beiradas
desenhando caminhos vazios na carne.
Ouço latidos e motores na noite desesperada
e sinto saudade das meigas canções da tarde.
Minha vista está cansada
e ainda sou muito novo.

O mundo pesa na balança dos mercados
enquanto todos correm para mover as turbinas.
Me pergunto quantos se lembram dos gemidos dos arados.
Os cães e o asfalto sussurram: injustiça!
Sinto que estou marcado
e ainda sou muito novo.

Ecos de acordes soam no ar morno
e minhas lembranças recentes são apagadas.
Dias passam em seu eterno retorno
e ainda sou muito novo.