24/06/2007

Um romântico realista

Vou gastar um soneto com você,
queimar um pouco dessa munição
que carregamos onde não se vê,
lhe conquistar com balas de canhão.

Depois vou prometer coisas em vão,
coisas que não posso prometer,
fingindo que sei como elas serão
pra ver se assim impressiono você.

Pois, pra mim, tudo parece tão pouco
perto daquilo que quero que seja.
Você tão longe, e vivemos tão pouco...

E, escrevendo, sinto a incerteza
de saber que um poema muda pouco
as coisas, que são muito mais tensas.

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