19/07/2007

Em uma noite sem remédios,
Sonho farmácias e padarias cheias
Distribuindo os lucros dos executivos que pulam dos prédios
Pensando em solidão...

Neons em tons variados de cinza
Cobrem a fachada de seu rosto
Que insiste em fingir ser um porta-retrato
Pensando em solidão...

Falo para ouvidos de madeira e rezo por cupins
Para encher com alguma vida essas estátuas
Como um louco quadrado insatisfeito
Assisto as reprises dos filmes que queria ter feito
Pensando em solidão...

A madrugada não foi feita para dormir
Mas para ser fumada, tragada e consumida
Pensando em solidão...

Conto os tijolos dos meus queridos muros
E, como um velho, reclamo e lamento cada um deles
Pensando em solidão...

Pronto! Gastei um pouco da caneta no meu remédio
Pensando em solidão...

E, só, pensando em solidão,
durmo.

1 comentários:

Anônimo disse...

putz, cara... curti mto esse poema... lembrando das inúmeras noites que já passe i assim...

mto bom o seu blog....
abraços