toque
um telefone soa,
quem será?
- quem é?
quem tá aí?
ninguém responde,
mas alguém desliga.
não entendo essa pessoa
que nunca fala nada,
mas que sempre me liga.
quantas vezes será?
em tudo que é lugar
no espaço e no tempo!
na ansiedade ou desespero,
na tranquilidade
e no desterro!
na tarde da partida,
na madrugada do regresso
seu silêncio na linha
e o clique tu - tu - tu...
por que essa implicância comigo?
que pessoa solitária!
que ligue para seus amigos
ou suas antigas namoradas!
será um bêbado arrependido
ou um padre vadio
que um dia foi uma criança levada?!
maldito coitado
que rouba segundos
da minha presença...
é difícil imaginar
nessa cidade qualquer um
para quem eles façam tanta diferença!
talvez...
na verdade, às vezes até lhe admiro,
seu maníaco invejoso, mudo e de alma intensa!
0 comentários:
Postar um comentário