20/04/2007

Despedida

Quando quiser que eu vá embora
Deixa minha lucidez mentir
E me leva arrastado daqui
Cuspindo naqueles que amei
Quero ter o gosto da ironia
Na boca uma última vez

Do fim até o começo, tanto faz
O que sempre esteve errado continua
E o engraçado depende de quem julga
Estúpidos e sábios, causas e defeitos
O vermelho nos meus olhos de agonia
Tem, para os outros, sabor de refresco

É tão bom ignorar o absurdo
E ser apenas mais um atestado de óbito
A preguiça medrosa de encarar o óbvio
Faz qualquer um sorrir feito uma criança
Sou soldado na revolta a favor da alegria
De sonhar, só por sonhar, em ter esperança

Quando quiser ir embora
Não me avisa e puxa a coberta
Vou com você e deixo a porta aberta
Choro baixo duas lágrimas pelos meus
Não quero acordar ninguém…
E que me aguardem os seus!

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