13/05/2007

Historinha

Ela fingia que não sabia de nada
Que ignorava tudo que Silas lhe dizia
Simplesmente fazia que não escutava
Enquanto, por dentro, era outra coisa que sentia
A atração inevitável do paradoxo
Um pouco de não sei quê sentido de alegria
Que a gente via nos seus olhos
Sempre que Rita a Silas dizia ‘não’
Silas, aos poucos, afrouxava os nós
Que Rita, mais ou menos, tinha no coração
E ele, com paciência, ia seguindo essa banda
Mas enquanto em Rita crescia o ‘sim’, nele crescia o ‘não’
E o momento e o tempo são quem manda
Nessas coisas que não tem muito jeito
(Oferta não tem nada a ver com demanda)
E o tal dia, demorou um pouco, finalmente veio:
Silas arrumou suas coisas e foi-se embora
Ficou Rita sozinha com um ‘sim’ negado no peito
Tentando entender quando que passou seu ponto, sua hora,
E pensando na ironia dessa sua mágoa, que é o que sobra

2 comentários:

Liene Saddi disse...

Desculpe o vocabulário de baixo calão em seu blog...
...mas puta que o pariu. Só você mesmo pra pegar a essência do "momento" num relacionamento, Sr. Grama.

O momento passa, e cada um nem percebe quando foi. Em versos fica de fato muito mais bonito do que em prosa.

Parabéns.
Grande beijo.

Bá Crepaldi disse...

nossa... que lindo... quase chorei...
parabens!!
beijos