Historinha
Ela fingia que não sabia de nada
Que ignorava tudo que Silas lhe dizia
Simplesmente fazia que não escutava
Enquanto, por dentro, era outra coisa que sentia
A atração inevitável do paradoxo
Um pouco de não sei quê sentido de alegria
Que a gente via nos seus olhos
Sempre que Rita a Silas dizia ‘não’
Silas, aos poucos, afrouxava os nós
Que Rita, mais ou menos, tinha no coração
E ele, com paciência, ia seguindo essa banda
Mas enquanto em Rita crescia o ‘sim’, nele crescia o ‘não’
E o momento e o tempo são quem manda
Nessas coisas que não tem muito jeito
(Oferta não tem nada a ver com demanda)
E o tal dia, demorou um pouco, finalmente veio:
Silas arrumou suas coisas e foi-se embora
Ficou Rita sozinha com um ‘sim’ negado no peito
Tentando entender quando que passou seu ponto, sua hora,
E pensando na ironia dessa sua mágoa, que é o que sobra
2 comentários:
Desculpe o vocabulário de baixo calão em seu blog...
...mas puta que o pariu. Só você mesmo pra pegar a essência do "momento" num relacionamento, Sr. Grama.
O momento passa, e cada um nem percebe quando foi. Em versos fica de fato muito mais bonito do que em prosa.
Parabéns.
Grande beijo.
nossa... que lindo... quase chorei...
parabens!!
beijos
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