05/05/2007

Hotel S. Jõao

Seu batom deixou marcas no meu cigarro.
Pena que uma bituca jogada fora não vale como troféu.
Vale muito mais meu lençol desarrumado
sujo com seu cheiro barato
mas bom.

Não é bem troféu; é mais uma pequena prova.
E seu cheiro não foi tão barato: custou alguma dor.
É mentira que o lençol fosse meu: foi por algumas horas
e o quarto do hotel guarda ele agora
ou o lava antes, não sei.

Nessa manhã de ressaca,
não lembro da cor do seu batom
e acho que perdi meu isqueiro.

2 comentários:

Liene Saddi disse...

e mesmo no que é efêmero, as lembranças são intensas... não é mesmo?
Amei o poema, grande beijo!

Unknown disse...

BOOOOOOOOUA!!!!
Simplesmente o melhor da poesia de curta metragem... ehehe