27/07/2007

despedidas

as pessoas passam
(e lavam a um real por peça)
e as possibilidades que encerram
quem as passa a limpo?
e quando?
enquanto
não somos,
viramos fumo?
o mar é o abismo
e a vontade é o muro
as pessoas cruzam o mar
quando navegar é preciso
enganam-se em relação a tudo
e arrancam os dentes do siso

E as pessoas que passam
nunca sentiram, parece,
na pele, de verdade, isso
o mar.

o passado é impossível
feito de pessoas que passaram
(e talvez lavaram por um real a peça)
pelas linhas de um poema impreciso
como navegar pelo mar?
quem conhece estrelas
capazes de qualquer certeza
sobre aquelas possibilidades?
sem qualquer juízo,
erram pelos abismos
procurando não passar

Resta às pessoas um muro
chamado futuro
que separa e encerra
as metades do mar

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