13/03/2008

cidades destruídas

nas noites solitárias
me pergunto quantos serão
nas cidades arrasadas
que o futuro trará.

pois destruir é um ato falho
que nos lembra das leis
do mundo que existe de fato;
a destruição é um fato consumado.

nessas mesmas noites de solidão,
o ar que respiro é frio
mesmo que seja verão
e me corre o suor pelas mãos
como se estivesse doente,
o que não deixa de ser verdade.

definhar é para sempre
e, como cidades são feitas de gente,
definharão na certeza do fim.

meu futuro é uma projeção
feita do presente que sinto
e não há esperança nisso,
apenas noites de solidão.

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