30/11/2010

Canção esperançosa

O mundo queima na palma das minhas mãos
e o calor desenha retratos de saudade.
A neve que me cerca serve de mais lenha
mesmo ela cobrindo o chão que guarda a verdade.

A terra nunca mente, isso eu aprendi
olhando dos ônibus, na chuva e na seca.
Compreendi brincando na rua, descalço,
que o chão verdadeiro não deve ter fronteiras.

Ventos frios me trazem sussurros da manhã,
essa mesma que é, por si só, inevitável,
mas difícil de fazer acontecer, claro:
Uma dor, nossa, que significa trabalho.

A luz que fazemos nascer no horizonte,
a fazer sorrir a carne do nosso mundo.
Pois cada coisa que criamos e dizemos
canta sempre a canção de cada um de seus frutos.

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